Neste Domingo celebramos a festa da Apresentação do Senhor no Templo, dia que a Igreja louva neste mistério pertencente ainda ao ciclo natalino, o incomensurável dom da vida consagrada. Esta constitui uma vocação e um chamado para o seguimento de Cristo Jesus através de uma consagração voltada a procurar a perfeição na caridade num estado de vida permanente e estável. Ela de fato se fontaliza como ensinava o Beato João Paulo II na Santíssima Trindade, respondendo a um apelo do Pai, para escutar e colocar-se na sequela Christi, isto é, no caminho do Filho amado, sob o impulso e a força do Espírito Santo. O consagrado já antecipa a plenitude escatológica, vivendo no mundo mas sendo um sinal vivo da beatitude celestial, a plena comunhão com Deus. Por isso este projeto de vida testemunha um amor esponsal, exclusivo, de pertença inteira a Deus, supremo bem, expressa em três votos ou compromissos, que concretizam fielmente na pratica os conselhos evangélicos da pobreza, castidade e obediência., formalizados segundo a tradição e a índole de cada Instituto. A primeira forma de vida consagrada de teor evangélico foram as viúvas e de imediato as virgens, modalidade de consagração individual nas mãos do Bispo, restaurada em 1970 por Paulo VI. Outra experiência muito rica nos primeiros tempos da Igreja foi o carisma dos eremitas, que posteriormente alguns se transformaram em cenobitas com alguma forma de vida comunitária e finalmente, com São Bento e São Basílio o monaquismo. Estamos já nos referindo a vida religiosa nas suas dimensões: apostólica e contemplativa. Exemplificada nas Ordens e Congregações tanto de clérigos, frades, irmãos e irmãs, que assumiram variados e diferenciados carismas que buscaram sempre retratar um aspecto da vida de Cristo: a vida oculta, a vida orante, a vida apostólica, a vida missionária e profética. No século XX surgiram os Institutos Seculares, cujos membros são consagrados no mundo e para o mundo, anunciando a Cristo encarnado nos diversos ambientes profissionais e laborais. Hoje como menciona o cân. 605, se manifestam novas formas ainda não positivadas e definidas pelo direito que assumem variadas configurações: sodalícios, fraternidades e comunidades de vida, que integram celibatários, casados e clérigos, apresentando novos desafios e questionamentos. O que podemos constatar é que o Espírito Santo renova constantemente a vida consagrada, para ser peregrina do absoluto, especialista em comunhão e fraternidade, e servidora fiel de Deus e dos pobres.
Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 02 de Fevereiro de 2014.
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